terça-feira, 26 de agosto de 2014

Beef Wellington

Esse é um prato inglês, um clássico internacional de elevada sofisticação e servidos nos melhores restaurantes estrelados. Seu preparo guarda alguns truques e "pulos do chef" importantes para um resultado final bastante satisfatório. Se você está determinado a preparar um bom Beef Wellington vá até o final da receita e note bem as dicas.
Outro detalhe muitíssimo importante é que se você, caro leitor, não gostar de carne vermelha e suculenta, esqueça essa receita! O Wellington é assim e não foi idealizado para pessoas que gostam das carnes bem passadas!

Alla ricetta...

Ingredientes:
800g de filé mignon fresco, super limpo
350g de cogumelos de Paris limpos e secos
1/2 cebola média
1 dente de alho pequeno
150g de presunto tipo parma fatiado fino
1 rolo de massa folhada (Arosa ou Massa Leve)
1 gema de ovo batida para pincelar a massa
Mostarda para pincelar o filé qb
Azeite de Oliva qb
Óleo vegetal qb
Pimenta do Reino moída na hora qb
Manteiga
Sal qb
Contorno: por exemplo, aspargos fresquíssimos salteados em azeite e manteiga.

À diversão:
Eu tempero o filé com sal e pimenta do reino moída na hora, levo uma sartén ao fogo alto com óleo vegetal e selo por todos os lados, incluindo as laterais. Uns 30 segundinhos de cada lado serão suficientes para que ele não solte os sucos durante o preparo.

Depois de selado deixo em repouso por 5 minutos.
Reservo sob refrigeração até o preparo do próximo passo.
Coloco num processador os cogumelos com a cebola e o alho.
Aqueço uma sartén antiaderente com um traço de azeite de oliva e manteiga e cozinho a pasta. 
Ajusto o ponto de sal e reservo para resfriar.
Abro uma lâmina de plástico sobre a mesa de trabalho e acomodo as fatias de presunto parma de modo que possa envolver totalmente o filé mignon.
Sobre o presunto espalho a pasta de cogumelos deixando um pouco menor que a camada de presunto, mas suficiente para que envolva todo o filé.
Retiro o filé da geladeira, pincelo com mostarda e acomodo sobre o presunto com a pasta de cogumelos.
Vou levantando e enrolando o filé.
Faço dar toda a volta, enrolo o plástico bem justo mas sem apertar muito para que a pasta não saia.
Enrolo as pontas como se fosse um grande caramelo e reservo no freezer por 15 minutos, até o próximo passo.
Enquanto isso ligo o forno a 180/190 graus e deixo aquecer.
Decorrido esse tempo, abro a massa folhada sobre a mesa de trabalho, retiro o filé do freezer, desembalo e acomodo sobre a massa. Enrolo cuidadosamente fechando todos os lados.
Com a ajuda das costas de uma faca faço pequenos frisos diagonais e simétricos na massa cuidando para não cortar.
Pincelo com gema de ovo batido com algumas gotas de água e levo ao forno numa forma untada com manteiga.
Monitoro cuidadosamente esse processo que não pode levar mais que 35 minutos para que o filé não passe do ponto. Caso perceba que a massa demora para ganhar cor, ajusto a temperatura.
Depois de corado retiro para uma base e corto as fatias.
Acomodo as fatias imediatamente nos pratos de servir que já estão aquecidos e com a guarnição montada para que os sucos não comprometam a crocância da massa.
Suculento, muito suculento!!!
Sirvo imediatamente.
Essas quantidades são suficientes para 4 pessoas.

O pulo do Chef: A parte do filé mignon adequado para o preparo dessa receita é o centro. Retire e reserve o "rabo" e a "cabeça" para o preparo de outras receitas.
Vamos falar agora do processo de selagem do filé mignon: é importante que a carne fique muito bem selada para que não solte líquidos do seu interior durante o processo... ao menos essa ocorrência precisa ser muito minimizada. A sartén precisa estar com o óleo super quente e o filé deve ser selado por apenas 30 segundos de cada lado e não podem ser esquecidos as duas laterais. Atualmente temos a tendência de usar o mínimo de gorduras nos preparos de nossas receitas... e isso é certo! Porém, esse hábito, no caso da selagem do filé mignon para o preparo do Beef Wellington pode ser um problema. Essa carne é extremamente fibrosa; verdade que são fibras macias, mas continuam sendo fibras. Olhe bem de pertinho a superfície do filé mignon e você vai ver que ela é cheia de frisos, ou sulcos relativamente profundos. Então, quando selamos essa superfície com pouco ou quase nada de óleo, esses sulcos não são selados e continuarão a liberar os sucos da carne. Para uma selagem mais eficaz é necessário que a temperatura entre dentro desses sulcos e sele os interiores. O agente desse processo é exatamente o óleo. Use, portanto, uma quantidade de óleo que seja suficiente para cumprir essa tarefa com sucesso. Depois de selado você pode remover o excesso de gordura com papel absorvente e manter bem saudável esse prato maravilhoso.
A pasta de cogumelos precisa ser bem seca. Então, salteie o suficiente para ter certeza que ela não soltará líquidos durante o assar do filé. Lembre-se que a pasta de cogumelos vai ficar em contato direto com a carne e é melhor que o pouco de suco liberado seja absorvido por ela antes de chegar na massa.
Coloque o filé para ser fatiado assim que sair do forno. Corte e acomode no prato imediatamente para evitar que os sucos comprometam a crocância da  massa que o envolve.
Por último, muita atenção ao forno. As variações de temperatura são enormes entre os diversos tipos e marcas, sem contar a fonte de energia, gás e eletricidade. Essa receita foi preparada num forno elétrico Eletrolux a 180 graus por 35 minutos. O forno é componente fundamental e decisivo para o sucesso final do prato. Se a temperatura não for certa com o tempo certo, o filé pode passar do ponto ou ficar muito vermelho e como não se pode monitorar seu interior, resta apenas a coloração da massa! Com o tempo se ganha experiência e domínio da técnica.

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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Trutas aos Legumes Tricolores

Alla ricetta...
Ingredientes:
2 filés de truta com pele (eu uso a NR)
12 tomatinhos cereja inteiros
16 couve de bruxelas inteiras
10 cogumelos de Paris escovados e cortados ao meio
Raspas e suco de limão taiti qb (uso bem pouco)
1 rodela do mesmo limão
Folhinhas frescas de tomilho qb
Nos moscada ralada na hora qb
1/2 copo de vinho branco seco
Trigo para polvilhar os filés de trutas qb
Azeite de oliva qb
Sal qb
Mãos na truta:
Tempero os filés de truta com noz moscada ralada na hora, sal e um tracinho de azeite. Massageio e deixo repousar. Enquanto isso cuido de preparar para o uso todos os ingredientes. Antes de saltear os filés dou uma rápida polvilhada com trigo, somente na parte da carne.
Levo uma sartén antiaderente ao fogo alto com um traço de azeite. Assim que aquece bem entro com os filés com a pele para baixo e deixo aproximados dois minutos. Dou o tombo nos filés com ajuda de duas espátulas e entro com um pouquinho do suco de limão. Mais dois minutos e volto a colocá-los com a pele para baixo. Mais um minutinho estão prontos. Reservo aquecidos.
Enquanto os filés vão sendo preparados, levo outra sartén ao fogo com um traço de azeite. Aqueço bem e entro com as couves de bruxelas e os cogumelos de Paris. 
Adiciono sal e uma boa rodela do limão para que vá entregando seus sabores e aromas e entro com o vinho branco. Deixo cozinhar uns 5 minutos em fogo controlado.
Finalmente entro com os tomatinhos, um pouco mais de suco do limão, retifico o sal, entro com as raspas e deixo reduzir, quase que totalmente, deixando apenas a quantidade suficiente para regar os dois filés. Descarto a rodela de limão.

Em dois pratos pré-aquecidos, acomodo os filés, junto uma boa porção dos legumes cozidos ao lado, rego com o molho que ficou na sartén, salpico com as folhinas de tomilho e sirvo imediatamente. Bom apetite! 
Serve 2 porções.

O pulo do Chef:
As peles? Se você gosta pode comer, mas não deve, ou melhor, não recomendo. Têm elevado teor de gordura e sabor intenso. São importantes como protetora da carne durante o preparo e ajudam a não quebrar os filés.
Minha recomendação é o uso das Trutas NR, criadas em Sapucaí Mirim. Elas podem ser encontradas na Rede Pão de Açúcar comercializadas com a marca Taeq.
(minhas recomendações não têm nenhum cunho comercial)

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domingo, 27 de julho de 2014

La Bella Polenta - Edição Evoluída


Não é um prato... é a receita de uma FESTA!!!

Postamos essa receita em 2010, uma das primeiras aqui do Cozinha Ousada. Depois daquilo, fizemos tantas polentas que já não há mais como contar! A cada vez fomos sempre fazendo ajustes no processo, nas quantidades e nos ingredientes.
Agora, reeditamos a receita com essas evoluções e ajustes! Bom apetite e bom divertimento!!!

Para ver a receita original clique AQUI.

Alla ricetta...

Ingredientes

Para a polenta:
500g de polenta pré-cozida, preparada com 4 partes de água (eu uso a Polentina Quacker).

Para o molho:
300g de bacon de lombo (ou paleta) picado em cubos (sem o couro e gordura)
4 dentes de alho picados
1 cebola grande bem picada
1 talo de salsão bem picada
1 cenoura bem picada
750g de alcatra picado em cubos
550g de costelinha suína salgada picada no sentido dos ossos
550g de costelinha suína defumada picada no sentido dos ossos
1Kg de costelinha suína fresca picada no sentido dos ossos
350g de pernil suíno ou lombo salgado picado em cubos
350g de pernil suíno ou lombo fresco picado em cubos
350g de paio em fatias de 1cm
350g de linguiça calabresa em fatias de 1cm
Farinha de trigo para polvilhar as carnes frescas qb
1 vidro de passata italiana de 690ml + a mesma quantidade de água
1 lata de tomate pelado italiano + a mesma quantidade de água
3 folhas de louro
Azeite de oliva qb
Sal qb (parcimônia com esse ingrediente)
Pimenta calabresa seca qb (opcional)
Açúcar qb
Ervas frescas (manjericão, manjerona, tomilho, salsinha e cebolinha) qb
Raspas de 1/2 limão siciliano
450g de Queijo Muçarela ralado grosso (Isso mesmo! Com "ç" mesmo!)
300g de Queijo Parmesão ralado grosso

Mãos na Polenta:
Nós começamos a dessalgar as carnes salgadas na véspera. Os pedaços grandes precisam ser cortados ou já picados para facilitar a retirada do sal. Trocamos a água várias vezes e dependendo da temperatura da época é prudente manter esse processo sob refrigeração.

Preparamos a costelinha defumada, linguiça calabresa e paio colocando tudo em água fervente por 3 minutos. Escorremos e reservamos.

Lavamos, secamos e picamos a salsa com a cebolinha grosseiramente. As demais ervas, desfolhamos mantendo as folhas inteiras. Mantemos o cheiro-verde em recipiente separado das demais ervas.

Numa sartén, selamos todas as carnes frescas, previamente polvilhadas com farinha de trigo, sem excessos - costelinha, pernil ou lombo e alcatra - com pouco azeite e sem sal. Poucos pedaços de cada vez deixando "pegar" no fundo da sartén. Reservamos tudo, incluindo a sartén com os "pegados" das carnes.

Numa panela de tamanho adequado, começamos fritando o bacon de lombo num tracinho de azeite. Se soltar muita gordura, melhor retirar o excesso antes de acrescentar os outros ingredientes. Sem retirar o bacon, entramos com o alho, a cebola, a cenoura e o salsão. Em seguida entramos com as carnes frescas seladas no passo anterior e as costelinhas dessalgadas.
Depois de tudo muito bem frito, adicionamos a passata e tomates pelados. Entramos com as duas medidas iguais de água aquecida. Deglaceamos a sartén usada para selar as carnes removendo todos os bons resíduos e juntamos na panela grande.
Não colocamos nada de sal até aqui. Adicionamos o louro e deixamos cozinhar por uns 30 minutos. Vamos controlando a quantidade do molho adicionando mais água aquecida, se necessário, para o cozimento uniforme dos ingredientes.

Acrescentamos as costelinhas defumadas e deixamos cozinhar por mais 30 minutos. Agora é a vez dos embutidos entrarem. Se necessário ajustamos o sal - o que raramente é necessário - e verificamos a acidez. Essa mascaramos com adição de açúcar. Acrescentamos a pimenta calabresa se desejar. Deixamos cozinhar até que as costelinhas entreguem os ossos para o molho, até que soltem os ossos... esse é o ponto de conferir a textura das carnes. Deixamos cozinhar mais o tempo necessário, se for o caso.

Nesse ponto o processo pode ser interrompido no caso do molho ser usado no dia seguinte. Se for esse o caso, no dia seguinte, levantar a temperatura antes de dar sequência.

Minutos antes de finalizar o molho acrescentamos um pouco de folhas de manjericão e as raspas de limão siciliano. O restante das folhas ficam para a montagem. Cortamos o fogo e deixamos o molho descansar enquanto preparamos a polenta.

Montagem:
Preparamos uma forma de alumínio de tamanho suficiente. Despejamos a metade da polenta, espalhamos bem, polvilhamos a muçarela, cobrimos com a o restante da polenta, adicionamos generosamente o molho com as carnes por cima e salpicamos o parmesão. Finalizamos com as ervas frescas.

Claro que todo esse processo de montagem ou finalização é acompanhado pela música do mesmo nome, cantada por todos e com muita, muita alegria!!!
Serve 14 pessoas.


O pulo do Chef:
Este prato é preparado com algumas carnes saturadas de sal. Se o processo de dessalgar não for feito no tempo adequado e com os pedaços de carnes grandes picados antecipadamente, com muita sorte o molho ficará no ponto justo de sal. Se não tomar cuidado com esse importante detalhe o prato poderá estar perdido.
Se ficar forte de sal a polenta não pode levar nada de sal... é uma tentativa de compensar o excesso do molho.

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Agradinho de Salmão, Espinafre, Tomatinho e Cebolinha

- ... e precisa escrever a receita?
- Não, basta postar as fotos.
- Ah, bom! Em todo caso, vai bem resumidinha...

Alla ricetta...
Ingredientes:
100g de salmão defumado em fatias (aproximadamente 5 fatias)
5 tomatinhos-cereja cortados em 4
20 folhinhas pequenas de espinafre fresco qb5 pontas de cebolinha
Tiras de cebolinha fininhas para amarrar
Sal qb
Azeite EVO qb

Gotas de limão qb

 À diversão:
Eu retiro o pacote de salmão do freezer e deixo por alguns minutos sobre a bancada. Descongela rapidinho pelo pequeno volume com as fatias bem espalhadas. Corto as laterais do pacote plastificado e mantenho os filés sobre a base aluminizada. Aí mesmo adiciono as partes de tomatinho, as folhas de espinafre, a ponta de cebolinha e um salzinho... pouco pelo filé já conter bom teor. Enrolo amarrando com uma fita de cebolinha e vou acomodando sobre pratos de sobremesa.
Na horinha de servir rego o interior com azeite de oliva e gotas de limão.
Serve 5 agradinhos.

O pulo do Chef: Eu costumo ter no freezer aqueles pacotes de salmão defumado em fatias para qualquer situação inesperada e posso improvisar a vontade. Eles servem também para as situações esperadas, planejadas. Fazem muito sucesso, desde que os convidados gostem do peixe!

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terça-feira, 1 de julho de 2014

Costelança de Ponta-de-Agulha Assada

Vamos abrir o mês de Julho com essa belíssima "costelança" de ponta-de-agulha assada nos sucos dos tomates, alho porró e vinho tinto. Uma boa opção para os dias frios do inverno!
Alla ricetta...
Ingredientes:
3,5 Kg de costela ponta de agulha
2 pés de alho porró picados em fatias finas
6 cebolas médias fatiadas
16 tomates maduros, firmes e cortados em 3 gomos
Ramos de ervas frescas (alecrim, tomilho e orégano) qb
300 ml de vinho tinto
Óleo vegetal qb
Sal qb
Papel laminado de alumínio qb
1 forma alta com 40x30cm

À diversão:
Eu tempero a carne com sal grosso e deixo descansar por 30 minutos.
Selo os pedaços pouco a pouco, numa sartén com óleo vegetal bem aquecido. Reservo.

Coloco um pouquinho de óleo vegetal numa forma, acomodo a cebola fatiada e uns raminhos pequenos de alecrim. Sobre essa cama acomodo os pedaços de costela...
...sobre eles espalho o alho porró fatiado...
...e cubro com as partes de tomates.
Coloco por cima ramos maiores de alecrim, tomilho e orégano bem frescos e rego com o vinho.
Cubro com papel laminado de alumínio e levo ao forno em temperatura mínima por 5 horas.

Durante esse tempo monitoro a quantidade de caldo na assadeira e a textura da carne.
Descubro, viro os tomates e deixo no forno mais uns 20 ou 30 minutos para enxugar por dentro e sirvo decorado com raminhos de tomilho.
Bom apetite!!!
Serve de 8 a 10 pessoas.


O pulo do Chef: Os tomates devem ser colocados de boca pra baixo para que entreguem seus líquidos para o assar/cozinhar das costelas. Somente no final eles podem ser virados para que sequem e lembrem os "pomodori secchi" italianos.
A quantidade de tomates pode variar pelo tamanho deles e/ou da sua forma. Outras carnes podem ser preparadas nesse mesmo processo desde que tenham as características de textura parecidas com a costela bovina. Se for mais macia o tempo deve ser ajustado para menos.

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